Bastaram-lhe quatro anos na presidência
para mudar o rumo do seu país e os pensamentos e os sentimentos de
milhoes de pessoas. Tinha permanecido por quase trinta anos na cadeia
por causa da sua luta contra a segregação racial na Sul África. O
homem que durante o seu julgamento tinha dito que sabia que viveria
para conhecer a democracia e a igualdade mas que estava disposto a
morrer por elas, conseguiu aquilo que parecia mais do que impossível:
tornar um país marcado pelas feridas de um regime opressor e inumano
um exemplo de esperança para o Mundo.
Nelson Rolihlahla Mandela, Madiba, é
para mim uma das duas o três mais grandes personagens de um século
XX. Como já declarou um dos jornalistas que mas tem aprofundado na
sua figura, John Carlin, “e provável que nunca mais conheçamos
ninguém como ele”. Uma mistura inigualável de determinação,
princípios morais, inteligência e sobre tudo a excepcional
capacidade de ser capaz de fazer próprias as expetativas e
sentimentos de todos.
Mandela era uma das únicas pessoas que
podia chamar “Elisabeth” com absoluta naturalidade ao mesmo tempo
que podia conseguir que os seus guardacostas brancos sentiram que ele
se preocupava por eles e a suas famílias. Madiba, o avó,
compreendeu que só através de compreensão e da capacidade de
integrar era possível avançar. De alguma maneira, 'e título do
livro que sobre a sua figura e a importância do Mundial de Rugby de
1995 teve na criação da nova sul-África, que melhor definhe qual
foi a chave que Mandela descobriu como única para superar qualquer
situação e fazer a humanidade avançar: “O fator humano”.
Na altura da libertação e a posterior
presidência de Mandela eu era um jovem universitário que viu
naquela história uma mensagem de esperança, da possibilidade de um
mundo melhor ser não só uma utopia mas uma possibilidade tangível
e alcaçavel quando as melhores qualidades do ser humano são postas
em marcha. Depois, através dos inúmeros livros, reportagens,
documentários e filmes que lhe foram dedicados, foi descobrindo que
a figura de Mandela é (porque ficou já para sempre connosco) ainda
mais grande do que eu nunca tinha imaginado.
Anteontem, Madiba finalmente descansou.
Há alguns anos, tinha dito que ele já tinha feito tudo o que ele
tinha que fazer pelo seu país. Segundo o que eu li nestes dias, a
sua vida pessoal esteve marcada por desgraças e problemas, muitos
deles derivados dela sua luta política. Seja como for, Nelson
Mandela foi um presente à humanidade. Um exemplo para todos nestes
tempos de desesperança. Até já, Madiba. Fica para nos a
tua herança e acima de tudo um de modelo de como é possível
tornarmos a nossa realidade por médio da inteligência, a sabedoria
e a compreensão.
Deixo cá links à algumas das muitas
página que lhe foram dedicadas. Nestes dias de férias, podem ser
uma letura inigualável e até diria que incontornável.
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